Canindé Adere ao Programa Mais Médicos
Termina hoje o primeiro ciclo de inscrições no Programa Mais Médicos, do governo federal. No Ceará, conforme o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, 115 dos 184 municípios se inscreveram (62,5%). Em todo o País, são mais de 2.552 municípios registrados. Amanhã, o Ministério divulgará o total de vagas existentes em cada cidade participante. Até 28 de julho, os médicos brasileiros que aderiram ao programa poderão escolher os municípios onde querem atuar. Eles serão encaminhados, prioritariamente, para municípios do Interior com alta vulnerabilidade social e as periferias das grandes cidades, onde é maior a carência por este serviço.
Desde que foi anunciado, o programa desencadeou uma série de protestos em todo o Brasil. Na última segunda-feira, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) divulgou nota "desaprovando a forma precipitada com que o programa foi lançado pelo governo, sem diálogo com os profissionais e instituições que seriam diretamente responsáveis pela execução deste programa, representados pelas entidades de classe, universidades públicas e privadas, Conselho Nacional de Saúde e Associação Brasileira de Educação Médica (Abem)". Rejeita também a contratação de médicos estrangeiros, sob qualquer pretexto, sem o devido registro legal nos Conselhos de Medicina da jurisdição onde se propõe a atuar.
Na tarde de ontem, em conversa ao vivo com internautas através da ferramenta twitcam, o governador Cid Gomes defendeu o programa. "Já fui prefeito de Interior e sei da dificuldade de contratar médicos. Quanto mais no Interior, mais difícil", explicou. Cid considera razoável o governo dar oportunidades para médicos brasileiros e, em caso de restarem vagas, ocupá-las com os estrangeiros.
Resultados
O gestor ressaltou que médicos cubanos já atuaram em Sobral, com bons resultados para a saúde do município. "Os médicos (brasileiros) não têm com o que se preocupar. Eles (estrangeiros) não vão poder dar outro tipo de expediente. Não há razão para preocupação", disse, referindo-se às críticas feitas ao programa. Com relação à resolução que obriga os estudantes de Medicina a trabalharem no Sistema Único de Saúde (SUS) por dois anos para obterem o diploma, Cid foi taxativo: "o médico deve à sociedade e à população um retorno desse investimento".
Na visão do governador, o problema da falta de médicos no Interior deve ser resolvido com urgência. "Não se pode esperar mais cinco anos. Na essência, as medidas são boas para que a gente possa dar à população uma saúde menos crítica do que aquela que é dada hoje", finalizou. Na última terça-feira, o programa foi motivo de paralisações no Ceará. Em Fortaleza, cirurgias agendadas e consultas tiveram de ser remarcadas. Os protestos são contra a Medida Provisória 621, do governo federal, que institui, entre outros pontos, o Programa Mais Médicos e os vetos da presidente Dilma Roussef a dez itens a Lei do Ato Médico. Novas paralisações estão previstas para 30 e 31. Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), Samuel Abrantes, alega que não existe defasagem de médicos no Estado e informa que, no sindicato, tramitam 137 ações coletivas envolvendo cerca de 800 médicos que foram para o Interior.
"Eles trabalhavam em situação precária e, depois de alguns meses, simplesmente deixaram de receber. Além de não darem estrutura, eles não cumprem com o pagamento dos profissionais. Tudo isso implica para que os médicos não queiram ficar lá", frisa. O objetivo das ações é tentar reaver os salários não pagos. Existe, no Estado, cerca de 13 mil médicos. Entretanto, segundo informações do sindicato, aproximadamente 75% da categoria é concentrada na Capital.
Fonte: Diário do Nordeste
Fonte: Diário do Nordeste
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