domingo, 4 de agosto de 2013

Mesmo Com Crescimento Elevado, Itatira Permanece Com IDHM Baixo

Entre indicadores de municípios cearenses, o desempenho de Itatira, a 216,8km de Fortaleza, ocupa posição curiosa: ao mesmo tempo que serve para mostrar o quanto o Brasil e o Ceará avançaram nas últimas décadas, também aponta o quanto o País e o Estado ainda têm para avançar. Apesar de figurar como 4º pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Estado e o 7º pior índice da educação estadual, o Município ficou entre os dez primeiros do Ceará em crescimento nos últimos 20 anos.

De 1991 até 2010, o Município avançou de 0.208 a 0.562 no IDHM - em taxa de crescimento muito superior a das médias brasileira e cearense. Apesar do salto, os índices de Itatira ainda são considerados baixos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Janair Soares, coordenador de projetos da Prefeitura de Itatira, defende que os avanços fazem parte de um projeto de cidade a longo prazo, puxado sobretudo pela educação. “Até 1991, o Município não possuía uma escola sequer habilitada para expedir diplomas de ensino médio. Quem quisesse se formar tinha que viajar para Canindé. Hoje temos nove escolas que fazem isso”, diz.
Segundo ele, investimentos na formação de professores - que ganhou incremento nos últimos anos com a instalação de campus da Universidade Estadual do Vale do Acaraú na região - fizeram com que o índice de IDHM da Educação do Município passasse de 0.049 para 0.463. “Enquanto o que você teve no resto do Estado foi uma desaceleração na Educação, nós tivemos expansão acentuada. Esses investimentos certamente devem simbolizar maior crescimento a longo prazo”, afirma.
Como principal barreira para o desenvolvimento do Município, Janair Soares aponta a dificuldade de atrair empreendimentos que estimulem a geração de emprego e renda na região.
Nas ruas de Itatira, muitos questionam a ausência de oportunidades de emprego. “Itatira basicamente só conta com a renda dos funcionários públicos, do Bolsa Família e dos aposentados. Não tem curso profissionalizante que estimule ou uma grande fábrica que ofereça oportunidades de carreira”, diz o vigia Antônio Sales, 40.
Vários moradores da região questionam ainda o serviço público de Saúde de Itatira. “Aqui só tem postos de saúde, que não oferecem serviços de complexidade. Até para analisar uma coleta de sangue, você precisa hoje ir para Canindé”, diz o radialista Evangelista de Paula, 54.
O carroceiro Cosme Barbosa, 34, conta que sofreu acidente de moto e teve de ir - por conta própria até Canindé buscar tratamento. “Passei dois dias até ser atendido, aguentando, a dor e vendo sangue escorrer”, diz.

Fonte: O POVO

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