Após morte de policial, nove pessoas executadas na Zona Oeste de Fortaleza
Nove pessoas foram executadas durante o
fim de semana na Zona Oeste de Fortaleza. Na noite de sábado, em um intervalo
de cinco horas, foram registrados seis assassinatos. As mortes aconteceram
entre 22h de sexta-feira e meia-noite de domingo nos bairros Barra do Ceará,
Pici, Antônio Bezerra, Jardim Iracema, Demócrito Rocha e Ellery. Todos têm
autoria desconhecida.
A sequência de mortes do sábado começou
com a execução de Thaiz Lima Carneiro, de 20 anos, na Rua Pedro Melo, no
Antônio Bezerra. Segundo a PM, ela respondia por tráfico. Ninguém no local do
crime falou a respeito de suspeitos.
Em seguida, às 21h46, na Rua Cláudio
Manoel, no Pici, Francisco Jonas do Nascimento, de 19 anos, foi abordado por
dois homens não identificados que fugiram em uma moto. Na Rua Osmanir, Barra do
Ceará, Denilson de Sousa Santos, de 18 anos, foi executado a bala às 21h49.
Quatro homens teriam efetuado os disparos. Neste tiroteio, outra pessoa foi
baleada e socorrida.
Pouco tempo depois, às 22h01, na Rua da
Misericórdia, no Jardim Iracema, um traficante conhecido como 'China' foi
assassinado. Conforme a Polícia, Luis Fernando Pereira Paulino, de 28 anos, foi
alvo de uma emboscada armada por seus rivais no domínio da negociação de
narcóticos no bairro.
Na mesma ocorrência, outro homem foi
ferido, mas atendido por uma ambulância e encaminhado ao hospital. Os suspeitos
do caso também são quatro homens não identificados.
Os últimos homicídios da noite
aconteceram às 23h08 na Avenida Tenente Lisboa, no Bairro Ellery. As vítimas
foram os adolescentes Edson Braga Coelho, 17, e Luan Martins Alves, 17. Os dois
foram mortos a bala.
Sexta-feira
Na noite de sexta-feira, a Região já
demonstrou uma concentração maior dos crimes ocorridos na Capital. No bairro
Pici, um adolescente que estava na Rua Gaspar Lemos, às 22h47, foi atingido por
vários tiros. O garoto de 16 anos identificado apenas como 'João Victor' morreu
no local. Menos de dez minutos depois, às 22h56, Reynaldo Martins de Oliveira
foi morto na Rua Alagoas. A PM disse que os suspeitos dos dois crimes são
quatro homens em um Celta.
Na Rua Paulo Frontin, no bairro
Demócrito Rocha, uma pessoa foi morta e outra ferida. Durante o dia de ontem,
não foram registrados homicídios na Capital. Três pessoas foram mortas em
Caucaia, Pacajus e Horizonte, na Região Metropolitana.
Retaliação
O secretário-adjunto da Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS), coronel Lauro Carlos Prado, afastou a
possibilidade das mortes em série terem ocorrido em retaliação ao latrocínio do
soldado do Batalhão de Policiamento de Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas
(BPRaio), Augusto Herbert Félix, ocorrido na no dia 12, no bairro Pici.
O suspeito do crime, Gabriel Alves de
Lima, o 'Biel', é morador da Barra do Ceará e confessou ter atirado para roubar
a moto do militar. 'Biel' foi preso no sábado. "Não acreditamos em um
revide. Os policiais tiveram acesso ao próprio suspeito e não fizeram nada. Ele
foi trazido intacto e entregue na Divisão de Homicídios", afirmou o
coronel Prado.
Para o secretário-adjunto, as mortes
não estão conectadas. "A maioria das vitimas da criminalidade são pessoas
que, de alguma forma, estão inseridas neste contexto. São executadas por
dívidas de drogas, brigas entre gangues. Acreditamos que os fatos ocorridos de
sexta-feira até sábado tenham motivações deste tipo, não estejam ligados e nem
tenham sido cometidos pelas mesmas razões". O coronel disse que ainda não
tinha informações sobre antecedentes criminais das vítimas.
Durante o fim de semana, circularam nas
redes sociais informações de uma onda de homicídios em Fortaleza. Lauro Prado
disse que é uma tentativa de causar pânico e piorar a sensação de insegurança
na Cidade. "São apenas boatos. Muitas dessas situações não existem.
Pedimos que denunciem informações sobre crimes à Polícia pelos números
gratuitos 190 e 181. Não espalhem fatos sem confirmação em redes sociais. Este
medo coletivo, motivado por coisas sem veracidade não resolve nada".
Boatos
"Pedimos que não espalhem boatos
mentirosos em redes sociais. O pânico, o medo coletivo, só prejudica".
Coronel Lauro Prado - Secretário-adjunto da SSPDS
Fonte: Diário do Nordeste
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