BOMBA: Rio Grande do Sul suspende uso de larvicida por suspeita de relação com microcefalia
O Secretário de
Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, afirmou neste sábado (13)
em Porto Alegre que suspendeu o uso do larvicida Pyriproxyfen no estado após
ter notícias de que a substância poderia ter relação com casos de microcefalia.
O larvicida é
utilizado na água para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, sendo
aplicado em caixas d´água e em outros pontos de concentração de água parada,
conforme medida adotada pelo Ministério da Saúde. No entanto, uma outra
abordagem começou a ser divulgada recentemente.
Um grupo de
médicos da organização Physicians in the Crop-Sprayed Towns, da Argentina, e a
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), por exemplo, questionam se o
medicamento não teria relação com os casos de microcefalia.
O secretário
afirmou que, mesmo sem comprovação de que a substância possa ter alguma relação
com casos de microcefalia, determinou que não seja mais usada no estado.
"Mesmo que ainda não haja confirmação, só a suspeita nos fez decidir pela
suspensão do uso, não podemos correr esse risco", disse Gabbardo.
Em nota, o
governo do Rio Grande do Sul disse que "a suspensão já foi comunicada às
19 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, que devem informar às
Vigilâncias Municipais."
O governo
também esclareceu que o larvicida, enviado pelo Ministério da Saúde, era
utilizado em pequena escala no estado, apenas em casos específicos, quando não
é possível evitar o acúmulo de água nem remover os recipientes, como chafarizes
e vasos de cimento em cemitérios.
Em dezembro de 2015 foi confirmado o
primeiro caso de microcefalia ligado ao vírus zika no Rio
Grande do Sul. A criança tem cerca de seis meses idade e nasceu na cidade de
Esteio, na Região Metrolitana de Porto Alegre. A mãe esteve em Pernambuco no
início da gestação, estado do Nordeste com o maior número de casos de
microcefalia ligados ao zika vírus.
Ministro da Saúde descarta
ligação
Na cidade de Salvador, na Bahia, o ministro da Saúde, Marcelo Castro,
decartou a possibilidade levantada pelos médicos sobre o uso do larvicida em
água consumida pela população, afirmando que se trata de boato.
"Isso é um
boato. Isso é desprovido de qualquer logica e sentido. Não tem nenhum
fundamento. O nosso é aprovado pela Anvisa e usado no mundo inteiro.
Pyriproxyfen é reconhecido por todas as agências de regulação do mundo
inteiro", disse.
Em nota, a
empresa fabricante do Pyriproxyfen afirma que "não há nenhuma base
científica em tal afirmação". De acordo com a Sumitomo Chemical, é
aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combate a mosquitos,
dentre eles o Aedes Aegypti.
"Segundo a
OMS, em seu documento Pyriproxyfen in Drinking-water, publicado em 2004 -
também publicado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) em
2001 -, o Pyriproxyfen não é mutagênico, não é genotóxico, não é carcinogênico
nem teratogênico. O produto foi submetido a rigorosos testes toxicológicos que
não demonstraram efeitos sobre a reprodução, sobre o sistema nervoso central ou
periférico", continua a nota do fabricante.
Fonte: G1
0 comentários :
Postar um comentário