sábado, 13 de fevereiro de 2016

BOMBA: Rio Grande do Sul suspende uso de larvicida por suspeita de relação com microcefalia


O Secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo dos Reis, afirmou neste sábado (13) em Porto Alegre que suspendeu o uso do larvicida Pyriproxyfen no estado após ter notícias de que a substância poderia ter relação com casos de microcefalia.      
O larvicida é utilizado na água para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti, sendo aplicado em caixas d´água e em outros pontos de concentração de água parada, conforme medida adotada pelo Ministério da Saúde. No entanto, uma outra abordagem começou a ser divulgada recentemente.

Um grupo de médicos da organização Physicians in the Crop-Sprayed Towns, da Argentina, e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), por exemplo, questionam se o medicamento não teria relação com os casos de microcefalia.
O secretário afirmou que, mesmo sem comprovação de que a substância possa ter alguma relação com casos de microcefalia, determinou que não seja mais usada no estado. "Mesmo que ainda não haja confirmação, só a suspeita nos fez decidir pela suspensão do uso, não podemos correr esse risco", disse Gabbardo.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul disse que "a suspensão já foi comunicada às 19 Coordenadorias Regionais de Saúde do Estado, que devem informar às Vigilâncias Municipais."
O governo também esclareceu que o larvicida, enviado pelo Ministério da Saúde, era utilizado em pequena escala no estado, apenas em casos específicos, quando não é possível evitar o acúmulo de água nem remover os recipientes, como chafarizes e vasos de cimento em cemitérios.
Em dezembro de 2015 foi confirmado o primeiro caso de microcefalia ligado ao vírus zika no Rio Grande do Sul. A criança tem cerca de seis meses idade e nasceu na cidade de Esteio, na Região Metrolitana de Porto Alegre. A mãe esteve em Pernambuco no início da gestação, estado do Nordeste com o maior número de casos de microcefalia ligados ao zika vírus.

Ministro da Saúde descarta ligação

Na cidade de Salvador, na Bahia, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, decartou a possibilidade levantada pelos médicos sobre o uso do larvicida em água consumida pela população, afirmando que se trata de boato.
"Isso é um boato. Isso é desprovido de qualquer logica e sentido. Não tem nenhum fundamento. O nosso é aprovado pela Anvisa e usado no mundo inteiro. Pyriproxyfen é reconhecido por todas as agências de regulação do mundo inteiro", disse.
Em nota, a empresa fabricante do Pyriproxyfen afirma que "não há nenhuma base científica em tal afirmação". De acordo com a Sumitomo Chemical, é aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para combate a mosquitos, dentre eles o Aedes Aegypti.
"Segundo a OMS, em seu documento Pyriproxyfen in Drinking-water, publicado em 2004 - também publicado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) em 2001 -, o Pyriproxyfen não é mutagênico, não é genotóxico, não é carcinogênico nem teratogênico. O produto foi submetido a rigorosos testes toxicológicos que não demonstraram efeitos sobre a reprodução, sobre o sistema nervoso central ou periférico", continua a nota do fabricante.


Fonte: G1

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