sábado, 25 de junho de 2011

68 Prefeituras Contrataram Empresas Fraudulentas

O esquema que levou à decretação da prisão de dois prefeitos tem raio de ação muito maior. Em 68 municípios, as prefeituras fizeram contratos com a rede de corrupção. Todas serão alvo de investigação, conforme promotor



As investigações que resultaram nos mandados de prisão do prefeito de Senador Pompeu e outras 30 pessoas, na última terça-feira, podem surtir efeito dominó em dezenas de municípios. Levantamento feito pelo Jornal  O POVO com informações do Portal da Transparência, disponibilizadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), identificou que pelo menos 68 das 184 prefeituras do Ceará já contrataram os serviços das empresas envolvidas no esquema do empresário Raimundo Morais Filho, o Moraisinho, que fraudava licitações.
Pelas informações do Portal da Transparência, as prefeituras contrataram os serviços destas empresas de 2006 até 2010. “Não vou dizer que estão no mesmo grau de comprometimento de Senador Pompeu, mas todas elas certamente serão alvo de investigação”, garantiu o promotor Luiz Alcântara, da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap).
Ele prefere não estimar o valor do rombo deixado pelo grupo, afirmando que qualquer estimativa “é temerária”. Em Nova Russas, o prefeito Marcos Alberto Martins Torres (PSC) já foi preso. O prefeito de Senador Pompeu teve prisão preventiva decretada. Segundo Alcântara, as investigações constataram que é o mesmo grupo atuando em vários municípios, com o mesmo “modus operandi” para desviar dinheiro.
Esse é, portanto, só o “pequeno começo”. “Em todos os municípios em que o grupo do Raimundo Morais atuou existe o comprometimento de servidores e agentes políticos com o crime organizado”, disse. Agora, ele garante que o Ministério Público atuará “de forma incansável” para identificar os autores, beneficiários e representará pela prisão preventiva de todos.
Além disso, a Procuradoria buscará ressarcimento de tudo aquilo que foi desviado de todos os municípios.
Ele afirma que, uma vez decretados os mandados de prisão, é fundamental que os acusados sejam presos o mais rápido possível, para que não destruam as provas, para não ameaçarem nem constrangerem testemunhas e não continuem a desviar recursos públicos.
Para fazer o levantamento, O Jornal O POVO havia considerado só as cinco principais empresas envolvidas no esquema, segundo o promotor Luiz Alcântara, um dos responsáveis pela investigação. São elas: Êxito Construções e Empreendimentos; Master Assessoria e Engenharia Ltda; Falcon Construtora e Serviços Ltda; Prátika Incorporações Ltda; e Daruma Construções e Empreendimentos Ltda. Na rechecagem das informações, foi identificado que Chaval e Itapipoca, não citados na lista de ontem, também têm pelo menos um contrato com alguma das empresas.
Conforme o promotor, essas são apenas as principais construtoras envolvidas no esquema. O grupo criminoso fez uso não apenas de cinco, mas várias. Ele informou ontem que a Ponto Com Construções e Terceirização Ltda também faz parte da relação. Com a inclusão de mais essa empresa, os municípios de Beberibe, Itapajé e Maranguape, que não contrataram serviços das cinco mais importantes, mantêm-se na lista, por manterem contrato com a Ponto Com. Já Arneiroz, Russas, São Luís do Curu e Acaraú não estavam na lista publicada ontem, mas são também alvo de investigação, pois contrataram serviços da Ponto Com Construções e Terceirização Ltda. Como o esquema envolveu mais empresas, o número de prefeituras a serem investigadas pode crescer.

Fonte: O POVO

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